Leia também: A importância do treinamento I
Segundo artigo da série de estudos sobre: “A importância do treinamento dos ‘técnicos de som’”.
Esta série foi escrita por Jean Haberman, atual técnico de som do ministério Nívea Soares, técnico em eletrônica e elétrica geral, professor de sonoplastia e recursos audiovisuais do CTMDT (Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono), palestrante em diversos eventos e workshops sobre técnica de som e ministério de louvor, já sonorizou em eventos para diversos cantores e ministérios de renome no Brasil e no mundo.
2 – Responsabilidade quanto à saúde física e mental:
O ministro de som tem grande parcela de responsabilidade sobre a saúde das pessoas presentes em cada culto ou reunião. Isso mesmo, a má administração do som pode provocar desde um pequeno incomodo a sérios problemas de saúde em cada ouvinte.
Há inúmeros estudos científicos que comprovam os prejuízos à saúde causados por exposição continuada a altos níveis de pressão sonora, também chamados de SPL (Sound Pressure Level). De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia, cerca de 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, em ambientes profissional, religioso ou em lazer.
Para que você tenha uma idéia o mau uso de fones de ouvido pode causar danos irreversíveis à saúde de um indivíduo. Uma pesquisa feita em 2009 pela Organização Mundial de Saúde afirma que de 30 milhões de casos de problemas auditivos no Brasil, pelo menos 5% foram causados pelo mau uso de aparelhos eletrônicos como Mp3 e Ipods. Por várias vezes pude presenciar pessoas com fones de ouvido e que mesmo a distância podia-se ouvir com nitidez a musica que estavam ouvindo.
Antes, a perda de audição costumava aparecer por volta dos 45 anos de idade, mas cada vez mais encontramos jovens relatando o problema. Ouvir som muito alto pode causar tontura, zumbido, sensação de ouvido tapado. Dependendo do volume e do tempo em que a pessoa fica exposta pode ocasionar lesões irreversíveis, como perda de audição.
A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) é a doença que mais atinge o sistema auditivo, podendo provocar lesões irreversíveis na cóclea. Há variação considerável de indivíduo para indivíduo relativa à susceptibilidade ao barulho. Entretanto, padrões têm sido estabelecidos para indicar o quanto de som, em média, uma pessoa pode tolerar sem experimentar dano em seus ouvidos. Apesar de esses níveis permanecerem controversos, tem-se orientado às pessoas para não experimentar níveis de ruído que excedam 85 a 90 dB durante muito tempo.
A PAIR manifesta-se, primeiramente, com a perda de sensibilidade para as freqüências de 3000Hz e 4000Hz, região onde está concentrada a inteligibilidade da fala. Perdas auditivas nessa faixa de freqüência certamente causarão prejuízos à comunicação.
A submissão contínua a altos níveis de ruído tem reflexos em todo organismo e não somente no aparelho auditivo, ruídos intensos e permanentes podem causar vários distúrbios físicos como: Dores de cabeça, fadiga, distúrbios cardiovasculares, distúrbios hormonais, gastrite, disfunção digestiva, aumento da freqüência cardíaca e até impotência sexual.
Além disso, danos psicológicos também podem ser causados, como: Alteração significativa do humor e da capacidade de concentração, perda dos reflexos, irritação permanente, insegurança quanto à eficiência de seus atos, embaraço nas conversações, perda da inteligibilidade da fala e, em casos extremos, loucura.
E ainda existem pessoas que acham que qualquer um pode operar o som em nossas igrejas, que basta saber como ligar e como desligar o som, e em alguns casos não existe sequer uma pessoa que seja responsável exclusiva para esta tarefa, alguns músicos e até mesmo pastores dividem seu tempo no culto com a operação do som.
Jean Haberman
Técnico de som, professor do CTMDT e palestrante
Atual técnico de som do ministério Nívea Soares
twitter.com/jeanhaberman
É isso ai meu professor, ótima matéria, esse site vai longe… grande Abraço!!! Com Deus viu…
Ótimo artigo nosso grande professor, ministrando pelo Brasil e no exterior nos percebemos o quão importantes são as dicas dadas nas matérias aqui apresentadas. A Bola de Neve Moscou agradece! Gloria a Deus pela iniciativa e parabéns pelo site. Abraços!!
Boa noite, a paz do Senhor…
Realmente um assunto importante, sou Técnico de Som de minha igreja a mais de 10 anos e já vi irmãos saírem da igreja por conta do som ser muito alto, o que me chateou bastante e me fez mudar um pouco alguns conceitos, principalmente ouvir um pouco mais os irmãos mais velhos e tentar acostumar a igreja com um som mais suave. Mas nem sempre isso é possível, pois na ora da unção é difícil segurar a força do baterista, ou as altas notas do guitarrista. Sem falar que nós mesmo ministros de Som queremos participar dessa unção e nem sempre conseguimos.
Se alguém tiver uma dica a respeito…
E Gostaria também de saber se existe algum equipamento ou programa para celular no qual eu consiga medir a intensidade do som da minha igreja durante os cultos.
Grande abraço.
para FELIPE RODRIGUES!
Eu trabalho nessa área ha mais de 15 anos.
Eu tenho observado, sinceramente, que as pessoas de modo geral, e em qualquer ambiente tendem a ouvir som em um nível de volume bastante elevado. É uma questão que eu considero cultural e educacional. a qual tem que ser reavaliada. O mixador normalmente ele sente quando o som está alto, ou quando existe alguma frequência incomodando. Principalmente em determinados ambientes acústicos. gostaria de ouvir o parecer do professor JEAN, a respeito. um abraço.